15 de junho de 2011

Empregado Solitário

Não são nem oito ainda
E eu não tenho o que fazer
Nem nada pra me distrair
Também não tenho o que dizer
Nem o que ouvir
Não há ninguém por aqui
Então não preciso sorrir
Não preciso fingir nem agir
Posso morrer sem saber
Sem contar que morri 
Ou que sumi
Não preciso mentir
E fugir não é necessário.

Trinta dias de silêncio,
Após, vem o salário
Miado não é recado
É o salário do empregado
Empregado solitário
Banhado de café preto
To apressado, ligado, instigado
E antes mesmo do horário
eu saio sem deixar recado
Amanha é sábado
E o sábio me diz que é hora de partir
Apaga a luz e acende a vela
É a minha hora
Estou pensando nela..

15 de maio de 2011

Rouca

Cala a voz sobre o caminho
A noite de sereno grita
Roubando ar de quem foge
Outra vez, se explica no silêncio
Livra a cara e esquece sua alma

Seu nome esta presente em tudo
E sua garganta arranhada
Não pronuncia mais suas palavras
Rouca e grave a voz te assusta
Me espanta e não me buscas mais

Cria o final da historia sem fim
Para receber alguns medos pra si
E se despede de mim
Escondida, em seus segredos
Adeus felicidades, um dia nos veremos...

Rouca, a voz e os pensamentos
Diz tudo em tom mais sério
Apressada, carrega suas malas pesadas
Mas ainda não se pode crer na partida.
Final de história sem fim..

14 de abril de 2011

Setenta Linhas de Confusão, Ódio, Incompreensão e Indignação.

Não aguento mais o sistema
To cansado dessa beleza
maquiada em problemas

Pessoas má informadas
Desatualizadas da verdade

Chega de trilhos
construídos por "superiores"
Caretices padronizadas
Mundo perfeito e irreal

Chega de tudo ser ilegal
De achar tudo estranho
De homofobia, heterofobia
Preconceitos em geral

General que se exploda!
Que o sistema morra!

Acenda seu baseado
Xingue o delegado
Beije o seu viado.
Pelas ruas, corra pelado

Chega de burguesia
De pobre com frio, fome e azia

Um pouco mais de liberdade
Um pouco mais de consciência
De paciência, desobediência
De amor

Chega de ciência e explicações
Não aguento mais o dinheiro
Carregado de veneno
Não aguento mais a falta de dinheiro
Falta de condições

De vida sem vida
De gravatas e sapatos
Cantinas com ratos
De remédios em frascos
Eu não aguento mais!

Se fortaleça
Não obedeça
Apague o careta
Se jogue na sarjeta

Foda-se a gorjeta
As aparências

Curta o dia
Brinde a vida
Reflita
Viva mais que ontem

Chega de igrejas bandidas
Religião sem fé
De tiros, bandidos, assaltos, asfaltos

Viva mais simples
Curta a vida sem hora pra despedida
Ignore as feridas
Porque eu não aguento mais
As brigas todos os dias

Chega de matérias repetidas
Misérias nordestinas
Jornais falidos
Pessoas sem abrigo

Nada disso me interessa!
Nada disso te interessa!

Chega de rimas e igualdades
Cansei do que é plano
Do pano
Das subidas, das decidas
De fulano de ciclano..

O que é isso tudo?
Chega de absurdos
Previsões pro futuro
Do barulho
Do medo do escuro
Da falta de conteúdo

CHEGA DE TUDO!

29 de março de 2011

Vento do Tempo

Um dia bonito
De Sol e vento
Soprando seus pensamentos
Pra longe de mim.

Tentado pelo desejo
De um dia assim
Em um novo momento
Eu, você, Sol e vento
Nós
Tudo perfeito.

Mas o vento de hoje
Não te deixa fingir
O vento de hoje
Leva seus pensamentos
Pra longe de mim...

Em dias assim
O vento apaga o Sol
Luz, então, só do farol
Que não brilha
Nem ilumina.

Um dia bonito
Sem Sol e tempero
Soprando pensamentos
Pra longe de nós.

E o vento de hoje
Não me deixa agir
O vento de hoje
Leva meus pensamentos
Pra longe de ti.

E o que eu sinto
Ninguém entende
E o que me desmente
É o olhar, contente 
Virado pra frente
Pensando na gente.

20 de março de 2011

Eles não entendem, não vão descobrir

Mais uma vez você errou
Me disse o que fazer, aonde ir
Será que não é percebível?
Se eu escolho o caminho é pro perigo
Então não venha você me jogar no seu abismo

Não, eu não tenho novidade nenhuma
Eu acabei de fazer uma boa viagem
O que você pensou que eu diria?
Contaria tudo desde minha ultima vinda?
Para mim se passaram apenas dois dias!

E pra você o que mudou?
O que mudou na sua vida?

Não gosta do silêncio e nem da gritaria
Não gosta da ausência e nem da companhia
Dezessete e a confusão,
vontade eu tenho, falta inspiração!

E agora que passou
Esta tudo bem?

"Eles não entendem, não vão descobrir"